![]() |
Daniel Piza, pioneiro do caderno dois |
Mas sim, eu estava nervosa, é claro. Não é todo dia que se encontra frente a frente alguém cujos textos deram base pra toda sua pesquisa de conclusão de curso - e mais, que motivou essa equipe a acreditar na sobrevivência de uma revista cultural. Mais do que jornalista, crítico e escritor, o Daniel era pra mim o exemplo clássico e vivo de que viver da Cultura - e para a Cutura - era possível.
No ano passado, na expectativa de concluir o projeto da Caderno Dois, nos empolgamos com a notícia de que ele tinha sido convidado para palestrar sobre o estilo jornalístico com o qual tinhamos escolhido trabalhar, na semana de comunicação na nossa faculdade. Não deu certo, mas o encontro, como alguém profetizou, estava escrito.
E foi nessa sexta, 18 de março, que fomos apresentados ao simpático Daniel. Gentil e inteligente, ele conversou comigo sobre blogs, divulgação de cultura na internet, leis de incentivo a cultura, vale-cultura e até seus livros e trabalhos preferidos.
Mas foi ao falar de Machado de Assis, Eça de Queirós, o show da Shakira e a importância dos cadernos culturais nos jornais brasileiros que Piza nos trouxe a grande verdade sobre o fazer jornalismo cultural: buscar no passado referências que nos ajudem, pelo menos, a dissernir o que nos tempos de hoje é duradouro ou efêmero. E nivelar o conteúdo cultural sempre para cima, levando aos leitores realidade de um universo com o qual não tenham familiaridade e surpreender, por que não?
Sabatinamos Daniel após a palestra, que mostrou não só sua experiência (adquirida em 20 anos de carreira no jornalismo) como a nossa ânsia em aprender e seguir apostando em nossas ideias de fazer diferente. Ter o prazer de contribuir pra história e entender o mundo de uma outra maneira, mesmo que só pelo curto tempo em que durar uma sessão de cinema, a execução de uma música, uma peça de teatro ou a doce leitura de um livro. Muito obrigada, Daniel.
Por Luana Sena
Foto: Maurício Pokemon
Nenhum comentário:
Postar um comentário