Resolvi circular com a intenção de pegar um desatento às programações. Nada, de novo. Enquanto uns corriam para fotografar o “Pégaso” outros assistiam às exibições de Anime no auditório. Então, tudo bem. Puxei os dez reais da gasolina de dentro da bolsa e comprei uma edição da Marvel Comics: o número 48 da série guerra civil.
Para quem é realmente fã de HQs, a feira é o que se pode chamar de perdição. Muita revista, algumas fantasias para os praticantes e cosplay, miniaturas dos personagens japoneses, uma miniatura magnífica do Rorschach, anti-herói da série Watcmen (detalhe, ao custo de 130,00 reais), uma edição impecável da Liga Extraordinária, e a série Sin City do aclamado autor Frank Miller. Mas, além disso, mais uma vez a sala Torquato Neto abrigava vários trabalhos inéditos dos artistas sem alternativas de publicação. O que é bom, pois são esses trabalhos que concorrem a prêmios no ultimo dia de feira.
Dando outra circulada encontrei o livro Foices e Facões, do quadrinhista piauiense Bernardo Aurélio. Duas curiosidades: o preço simbólico de 35 reais para um trabalho dessa magnitude e a idéia de que eu precisava do autor para minha matéria. Mas, onde? Até àquela hora nenhum sinal dele.
Deveria ter levado a sério quando ele me disse que seria complicada a entrevista. “Espera um pouco” ele disse. Esperei. Meia hora, que se transformou rapidamente em uma hora, e mais meia hora e mais meia. No auditório uma mesa-redonda sobre regionalismo e mercado de quadrinhos, onde ele, Jô Oliveira, Leno Carvalho discutiam com uma galera.
Por volta das sete da noite Bernardo chegou para mim e disse: “Tô indo deixar o Jô no hotel, tu acompanha agente e faz a entrevista”. Ótimo! Pensei. E foi assim, gravador ligado e atenção voltada para não perder nenhum momento, nem a buzina do carro nem as questões sobre a nona arte.
Por: Diego Noleto
Foto: Maurício Pokemon
Por: Diego Noleto
Foto: Maurício Pokemon